Os pontos sensíveis são um arranjo planetário incompleto no mapa, onde quatro pontos estão alinhados com um eixo de simetria, sendo três deles ocupados por planetas ou pontos pessoais (Ascendente ou Meio do Céu) e um deles incompleto; este ponto, sem a ocupação de planetas ou pontos pessoais, se torna um ponto sensível a trânsitos ou direções por arco solar, e indicará um evento ao longo da vida da pessoa.
O ponto sensível (X) seria representado pela equação
A + B - C = X
A equação acima também ser escrita assim:
A + B = X + C
Ou seja, sendo "A + B" e "X + C” dois pontos médios, quando inseridos no círculo zodiacal, a forma fica graficamente representada por dois pontos médios com um mesmo eixo em comum.
Aplicação natal
Além de usá-los nas técnicas preditivas, Maria Kay Simms, no seu “The Dial Detective”, usa num exemplo os pontos sensíveis no mapa natal.
Para utilizar dessa forma, basta saber se o ponto sensível está ocupado por um ponto pessoal importante (Meio do Céu, Ascendente, Sol, Lua, nodos e ponto Áries). Nesse caso, o ponto sensível marca a identidade da pessoa. Se for um evento, a mesma o experimentará ao longo da sua vida.
Por exemplo, no meu mapa, um dos pontos sensíveis que indicam astrólogos (Kronos - Apollon + Urano) está a menos de 10’ do meu Ascendente.
Pontos sensíveis são Partes Árabes?
Deve-se especular se esses pontos sensíveis podem ser lidos em conjunto com as partes árabes. Por exemplo, o ponto que indica uma morte incomum (Marte + Hades - Netuno) está no mesmo grau que a parte das peregrinações (Saturno + Cúspide da 9 - Regente da 9). Como esse ponto não está ocupado por planetas nem pontos pessoais, ele tem de ser ativado por técnicas preditivas. Nesse caso, a pessoa correria o risco de experimentar uma morte incomum quando fosse peregrinar.
Aqui eu quebro a promessa de não misturar astrologia tradicional com uraniana, mas apenas nesse caso, porque já é especulado de longa data a grande similaridade entre os pontos sensíveis e as partes árabes. O livro Arabic Parts Decoded é um exemplo dessa produção comparativa. Tecnicamente, as partes árabes não passam de fórmulas de pontos sensíveis (ou os pontos sensíveis não passam de partes árabes?)
A diferença mais gritante entre os pontos sensíveis e as partes árabes está na composição das fórmulas: enquanto as partes incluem quase sempre o ascendente ou uma cúspide na fórmula, os pontos sensíveis incluem na maioria dos casos apenas planetas.
Visão mais recente sobre os pontos sensíveis
Ruth Brummund, astróloga da Escola de Hamburgo, defende que os pontos sensíveis, bem como outros elementos da astrologia uraniana, foram gradativamente descartados pelos fundadores da escola. Entretanto, poucos tomaram conhecimento dessas medidas, devido à perda de grande parte das anotações de Alfred Witte pós 2ª Guerra.
O argumento de Ruth consiste na citação de Witte de que esses pontos seriam “redundantes” e que bastaria apenas a análise dos pontos médios ocupados por planetas (A + B = P) para se chegar ao mesmo resultado, com a vantagem de não se incluir mais elementos complicadores da análise do mapa.
Pessoalmente, eu acho que os pontos sensíveis encerram em si informação exclusiva e não tenho segurança suficiente para descartá-los, uma vez que ainda sou incapaz de conseguir interpretações análogas usando apenas midpoints preenchidos por planetas pessoais (ou em aspecto tenso com os mesmos).
Se Maria Kay Simms defende seu uso e, simultaneamente, Ruth não propõe nenhum midpoint com o mesmo significado que os pontos sensíveis que Maria dá no seu livro (The Dial Detective), seguir Ruth deixa o estudante num mato sem cachorro. Prefiro ainda manter os pontos sensíveis, nem que seja por uma curiosidade.