Efemérides gráficas - a melhor maneira de ver seus trânsitos se você usa apenas aspectos tensos.
As linhas pontilhadas mostram os planetas natais. As linhas cheias, os planetas em trânsito.
A organização gráfica das efemérides é o seu diferencial das tabelas mais comuns que se vê por aí.
A roda zodiacal é dividida em quatro pedaços de 90º, que se sobrepõem.
Talvez você esteja questionando o porquê disso: muito simples. Fazendo essa jogada, as quadraturas e as oposições aparecem como conjunções. Fica muito mais fácil percebê-las.
No canto da direita, a linha pontilhada azul do Sol (segundo ponto de cima para baixo) está muito perto da linha pontilhada azul claro de marte. Essa quase interposição de linhas, nas efemérides de 90º, pode significar que eles estão em conjunção, quadratura ou oposição.
Se não houvesse essa sobreposição nas efemérides, as linhas só se cruzariam quando houvesse uma conjunção. Seria muito mais difícil, apenas de relance, perceber outros aspectos.
A limitação desse formato é que fica difícil ver os trígonos e sextis. Para vê-los, rem de recorrer às efemérides de 30º. Nelas, toda conjunção de linhas pode significar um trígono, um sextil, um semi-sextil ou uma conjunção. Mas a verdade é que trígonos e sextis são menosprezados pelas escolas que normalmente usam essas efemérides, como a Cosmobiologia e a Escola de Hamburgo (Astrologia Uraniana). Elas creem que os aspectos tensos que indicam eventos.
Nas efemérides de 90º, toda vez que uma linha cheia cruza uma linha pontilhada, há um aspecto - e um possível evento ocorreria. Ou então uma faceta dentro de um evento maior, representado por outro trânsito.
Por exemplo, Cupido (planeta da astrologia uraniana que representa arte, grupos e família) pode entrar em conjunção com o Ascendente (ambiente), o que representa um encontro com sua família.
Quase ao mesmo tempo, se você tiver marte em quadratura com Urano, pode ser que, nesse evento familiar, você está de saco cheio e vai mandar se foder aquele parente que te jogar uma indireta.
Nunca pense que um trânsito sobre um ponto natal represente um evento isolado. Ele pode ser uma nuance de um evento indicado por outro planeta.
Saber qual trânsito indica o evento e qual indica a nuance não é nem uma arte. É impossível saber a priori. Você tem que ter algum feedback do cliente - o que me faz recordar da opinião de Benjamin Dykes que o ofício do astrólogo não é uma brincadeira de adivinhação. Tanto ele quanto o consulente tem de trabalhar em conjunto. O consulente dá o contexto, e o astrólogo trabalha em cima dele. Um consulente que fica querendo que o astrólogo adivinhe tudo está gastando seu dinheiro à toa.
O conceito de destino dos platônicos é assim, como os trilhos de um trem na Central do Brasil: você escolhe o ramal (Deodoro ou Japeri) mas, uma vez embarcando, não tem como voltar atrás. Vai ter de lidar com a consequência das suas escolhas. Portanto, até que a pessoa escolha seu contexto, está tudo meio indefinido. O astrólogo precisa saber se ela escolheu o ramal Santa Cruz, Deodoro ou Japeri, para então prever o que vai acontecer!